EXAMINANDO UM MITO ANTIQUÍSSIMO

V

EZ APÓS VEZ, alguns irmãos nos têm procurado envolver nos seus assuntos prediletos, insistindo que devamos dá atenção aos mitos e lendas da criação, conforme cridos e posto por escrito por povos muito antigos, como os mitos babilônicos e os egípcios. Há irmãos que têm insistido tanto que chegam a ser chatos. Um deles disse: “Irmão apóstolo, seus estudos não estarão completos se não levar em conta os mitos da criação babilônicos“. Embora eu lhe tenha dado uma resposta evasiva, do tipo: “irmão, não estou com tempo o suficiente sequer para considerar assuntos pertinentes às Escrituras Sagradas, como poderei dá atenção a assuntos não-bíblicos?” Outro irmão enfatizou, indagando: “os mitos e lendas da criação, quer babilônico, quer egípcio, remete ao mesmo relato da criação, conforme explanado na Bíblia”? Minha resposta a este irmão foi basicamente a mesma. O tempo realmente impedia-me de atender aos sinceros pedidos daqueles irmãos!

   As Testemunhas dos Deuses Santos, deveras, estando diretamente sob a ação do espírito, estão muito envolvidas com muitas das “coisas profundas dos Deuses”, conforme escritas na Bíblia. (1 Coríntios 2:10) Visto que o espírito de Jeová nos tem usado para desvendar verdades há muito guardadas para esse tempo — verdades estas que os líderes religionistas jamais terão coragem ou sequer interesse em examiná-las —, temos dito aos irmãos que nos impelem a ver outras coisas que ‘aguardem um tempo oportuno para isso’. Afinal, como diz a Bíblia, “para tudo há um tempo determinado, sim, há um tempo para todo assunto debaixo dos céus”. — Eclesiastes 3:1.

   Ser um cristão ativo hoje não é nada fácil. Afinal, temos pressa em divulgar "estas boas novas" a toda a humanidade antes de o fim vir. (Mt 24:3, 14) Entretanto, visto que o espírito agora nos impele, acreditamos que é chegado o “tempo determinado” para considerarmos assuntos redundantes. Desta forma, examinaremos a seguir uma das versões mitológicas da criação — o mito babilônico da criação.

O MITO BABILÔNICO DA CRIAÇÃO E O NOSSO PROFUNDO INTERESSE

   O mito babilônico. O principal mito babilônico diz que o Deus Marduque, o principal Deus de Babilônia, matou a deusa Tiamat, depois tomou o corpo dela e “dividiu-a em duas partes, como um marisco: Metade dela ele afixou e colocou no teto como céu”. Assim vieram a existir a terra e o céu. Quanto à criação da vida humana, este mito declara que os Deuses capturaram o Deus Quingu e “impuseram-lhe sua culpa e seccionaram seus (vasos) de sangue. De seu sangue moldaram a humanidade”. (Ancient Near Eastern Texts [Textos Antigos do Oriente Próximo], editado por James Pritchard, 1974, pp. 67, 68) Que Relação este mito tem com a criação dos “céus e da terra” e também à criação do homem, conforme relatado no livro bíblico do Gênesis?

   Antes de vermos isso, entendamos primeiramente um aspecto muito relevante em tudo isso. Toda a coerência e lógica corrobora com o que a revista A Continela concluiu em seu número 15, quando relacionou os mitos gregos dos “heróis e semideuses” com os Nefilins de antes do Dilúvio (Veja ct15P_julset p.19) A revista disse acertadamente que todos os povos e seus múltiplos relatos sobre os “heróis semideuses” saíram geograficamente de onde Noé e sua família se estabeleceram após o Dilúvio, isto é: da Caldeia. Desta forma, a revista concluiu que todas as histórias; também as estórias; os mitos; as lendas; os relatos, etc, etc, etc, . . .  vieram à existência à partir dos povos que saíram dali. Mesmo os relatos bíblicos tiveram suas origens ali, porém, com dois diferenciais vantajosos sobre os demais:

1)     Os escritores bíblicos, todos descendentes direto de Sem, o filho preferido e herdeiro de Noé, falavam a mesma língua dos que contavam as histórias verdadeiras vindas desde antes do Dilúvio.

2)      Os descendentes de Sem, como Abrão, dispunham ainda dos escritos vindos desde o mundo antediluviano, da parte de Noé, de Enoque e de outros ascendentes deles, trazidos dentro da embarcação.

   Assim, todas as histórias mais tarde assentadas por escrito no Gênesis por descendentes de “Abrão, o hebreu” — também noutros livros judaicos —, eram histórias, além de inspiradas pelo espírito dos Deuses, tiveram como base os relatos já existentes e em sua própria língua, o hebreu. (Gên 11:28; 14:13; 2Ti 3:16; 2Pe 1:21) Isto significa que, comparados aos mitos e lendas de outros povos, que foram transferidas de uma geração à outra oralmente, além do fato de que tiveram de ser traduzidos muitas vezes, é inegável a superioridade do relato da criação dada pelo Gênesis. Significa isso que os mitos e lendas são mentirosos? Que não devemos nunca examiná-los ou crer neles? Definitivamente não. O que realmente ocorreu no nosso passado e que tem deixado cientistas maravilhados e líderes religionistas preocupados? Tem você o mesmo interesse que nós em descobrir a inteira verdade? Se sim, então venha conosco nesta busca fascinante.

   Para isso, é correto examinarmos todas as versões para a mesma verdade. Neste sentido, nós, Testemunhas dos Deuses Santos, nos diferenciamos dos orgulhosos líderes religionistas que veem Satanás e demônios em tudo o que não é bíblico. Os do Corpo dos Governantes das Testemunhas de Jeová, por exemplo, não só agem assim, mas também controlam desde seu luxuoso palácio nos Estados Unidos da América a fé e as mentes de seus governados, enviando suas ordens para que estes as obedeçam. Dentre suas mais objetivas ordens, está a de irem de casa em casa espalhar verdadeiros mitos religionistas modernos. Não estando dando a mínima para o que esses homens têm pensado e falado, prosseguimos em nossa busca da verdade tendo como ajudadores as próprias Escrituras, os relatos mitológicos e lendários e, sobretudo, a ajuda-maior vinda de nosso instrutor divinamente constituído, o “espírito dos Deuses Santos”. (Daniel 4:8) Desta forma, quando lemos os relatos mitológicos acima, que proveito se pode tirar deles? Melhor ainda: Que verdade se pode extrair dos mitos babilônicos acerca da criação? Vejamos.

EXTRAINDO A VERDADE DO MITO BABILÔNICO

   O mito conta que ‘o Deus Marduque matou a deusa Tiamat’. Essa declaração simplória, diz o espírito, se relaciona com o modelo bíblico apresentado em Gênesis 1:6-8, que diz:

“E os Deuses prosseguiram, dizendo: ‘Que venha a haver um firmamento entre as águas e ocorra uma separação entre águas e águas.’ Os Deuses passaram então a fazer o firmamento e a fazer separação entre as águas que haviam de ficar debaixo do firmamento e as águas que haviam de ficar por cima do firmamento. E assim se deu. E os Deuses começaram a chamar o firmamento de Céus. E veio a ser noitinha e veio a ser manhã, segundo dia de trabalhos.”

Os líderes governantes das Testemunhas de Jeová,
seu Corpo de Governantes, controlam muito bem a fé de
seus governados e os impelem a sair de casa em casa
para pregar mentiras religionistas 

   Primeiramente, o que vemos acontecer no texto acima? A criação dos céus, no “segundo dia de trabalhos”. Os Deuses, utilizando-se de tecnologias de ponta — tecnologias estas muito além de nossa capacidade de a termos hoje — eliminaram todo o pó vulcânico, resultante do último fim do mundo. (Leia sobre isso em A Continela de fevereiro de 2012) Com esse ato, que, mesmo com nossas mais avançadas tecnologias hoje existentes, jamais conseguiríamos imitar, eles ‘fizeram os espaços abertos’, conforme Provérbios 8:26.¹ Isso significou que, com a eliminação deste espesso pó, veio à existência — ou destacou-se — aquilo que hoje observamos existir na atmosfera o arco celestial, este limite invisível que aparentemente sustenta todas as nuvens nos céus sobre si. Para quem vive em áreas próximas ao equador, ou em áreas menos úmidas, como era o caso dos locais em que viviam os escritores bíblicos, este arco é ainda mais perceptível. Ali, do ponto de vista de um observador terrestre, todas as nuvens estão como que por detrás e sobre um arco vítreo, incolor. É como uma imensa bolha de sabão que separa (ou 'prende') as nuvens pelo lado de fora dela, separando-as dos espaços abertos aqui na terra, onde voam os pássaros. A este espectro natural celeste o escritor de Gênesis chamou de “firmamento” — ou “expansão”, conforme a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas.

   É à criação deste “firmamento” que o mito caldeu descreve, quando diz que o Deus Marduque, o principal Deus de Babilônia, matou a deusa Tiamat e que, depois, tomou o corpo dela e dividiu-a em duas partes, como um marisco. Tiamat, portanto, pode muito bem ter sido a personificação de todo aquele pó vulcânico. Os Deuses ‘mataram’, ou eliminaram este pó vulcânico ao criar os ‘espaços abertos' da Terra. Daí, “Metade dela”, da deusa-pó-dos-vulcões-Tiamat, os Deuses transformaram no “firmamento”, ou, como descreve o mito, “afix[aram-na] . . . no teto como céu”. Embora passado por alto no mito, esteve também envolvido em todo o processo a evaporação das águas para que se fizesse a ‘separação entre águas e águas’ — as ‘águas que haviam de ficar por cima da ‘Tiamat-de-cima e as águas que haviam de ficar embaixo, na parte inferior da Tiamat’.² Isto resultou em que se ‘fizesse aparecer a “terra seca”, conforme Gêneses 1:9, 10. Evidentemente, estes “céus e terra” criados com a ‘morte e separação de Tiamat', representou a ‘criação’ dos mesmos “céus e . . . terra”, conforme descrito inicialmente em Gênesis 1:1.³

   Assim, recapitulando, com a ‘morte de Tiamat’ — que foi a eliminação do pó vulcânico (Pro 8:26) e a evaporação (ou "separação") das águas — veio à existência tanto a “terra” (o correto é dizer: ‘o solo seco tornou-se visível’) quanto o "céu" (as águas condensadas acima de Tiamat, ou o "firmamento"). O que mais o mito babilônico descreve? Da ‘criação dos céus e da terra’, que a Bíblia coloca no segundo “dia” e primeira parte do terceiro “dia”, o relato caldeu salta direto para o sexto “dia”, quando os Deuses acharam uma múmia fossilizada de um pré-homem — um homem macaco —, preservada envolta pelo pó vulcânico — sim, por “Tiamat”. A esta múmia os caldeus denominaram de “o deus Quingu”. Diz o mito, então, que os Deuses — ou Marduque — “impuseram-lhe sua culpa e seccionaram seus vasos de sangue. De seu sangue moldaram a humanidade”.

  O que poderia vir a ser “impuseram-lhe sua culpa” é incerto. Entretanto, quanto à outra parte, a que fala da ‘secção de seu sangue’, bem que podemos ver um nítido paralelo com o que sabemos que ocorreu no Éden. O relato de Gênesis 2:21, 22 diz: “Jeová, os Deuses, submeteu o homem à coma induzida, e, enquanto ele dormia, tiraram-lhe uma das costelas e fecharam então a carne sobre o seu lugar. E da costela que haviam tirado do homem, Jeová, os Deuses, passaram a construir uma mulher e a trazê-la ao homem.” O que vemos aqui senão uma bela descrição de utilização de aparatos médicos-cirúrgicos? Sim, tecnologia em medicina! Os Deuses fizeram uma operação em Adão, retirando dele uma de suas costelas para que, com ela — ou com ADN dali existente em abundância (sabe-se hoje que é na medula espinhal que se concentra grandes quantidades de células-troncos) —, ‘construísse a mulher’, Eva. Assim como fizeram à Adão, os Deuses ‘seccionaram os vasos sanguíneos do deus Quingu’ que, evidentemente, trata-se do mesmo personagem, o anterior pré-homem morto, o ser quase 100% evolutivamente sapiens. Que espantosa coincidência é este mito Caldeu com a realidade descrita na Bíblia! De modo maravilhoso, embora hoje taxado por muitos como uma história irreal, o relato mitológico caldeu descreve quase que com a mesma precisão a mesma verdade bíblica, embora com algumas variações!⁴

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  ¹ Para um exame completo sobre este ato criativo, leia o seguinte artigo: “ACriação dos ‘Espaços Abertos’”

  ² Com a gradual eliminação do pó vulcânico e a consequente ‘criação dos espaços abertos’, a luz e o calor do Sol (‘criou-se a luz’) alcançou a superfície das águas. O resultado foi a evaporação delas para que se formasse as nuvens novamente. — veja: “Como Nosso Mundo Veio à Existência”.

  ³ Os líderes governantes das Testemunhas de Jeová ensinam equivocadamente que Gênesis 1:1 descreve uma suposta criação do inteiro universo pelos Deuses. Este ensino, no entanto, não faz parte das Escrituras. — veja “Jeová é o ‘Criador do Universo’? ”

  ⁴ Não demorará e nós vamos investigar outro mito importante da criação: o mito egípcio do Deus Rá, que ‘criou a humanidade de suas lágrimas’.