27 de abril de 2021

AONDE FICAVA "AS EXTREMIDADES DO NORTE" PARA OS ANTIGOS?

 Uma explicação ao texto de Isaías 14:13, 14, que diz na JFA:

Ao construir suas torres,
homens poderosos da
antiguidade tencionavam
chegar às
"extremidades do norte".

"E tu [profecia contra o rei de Babilônia] dizias no teu coração: 'Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação [dos Deuses] me assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo."

Naqueles tempos, quando ninguém entendia quase nada de geografia, pensava-se que para viajar até as "extremidades do norte", por exemplo, necessário se fazia 'subir para acima das nuvens' ou até mais alto: 'acima das estrelas'. Naturalmente, também se pensava à época que as estrelas ficavam um pouco acima das nuvens, 'grudadas', como lemos nos mitos e lendas, 'num éter que se estendia desde os quatro cantos da terra'. Talvez se acreditava assim por causa dos relatos à época: de que, para chegar à casa dos Deuses aqui neste planeta, que literalmente ficava além do mar Negro, para o norte e mais além: nas proximidades do círculo polar ártico, porque todos eles viam os próprios Deuses indo e vindo de lá em aeronaves  sim, em máquinas voadoras. Enoque e Elias, dois homens privilegiados que viveram em tempos muito distantes um do outro, foram exemplos vivos de passageiros dos Deuses. Eles foram 'convidados' a entrar em aparatos voadores de Jeová para se deslocar para muito longe geograficamente  no caso de Enoque, ele foi levado à casa dos Deuses em questão. (ENOQUE 14:8-14; 2 REIS 2:11-14) Daí, aquelas gerações certamente tinham também bem em mente todos os relatos de tentativas frustradas de se fazer essa viagem por terra. Porque, 'afinal', diziam, 'afora o relato de Gilgamés, todos os demais aventureiros trouxeram seus relatos negativos: que diziam ser "tanto perigoso" (feras, serpentes, penhascos intransponíveis, gelo e frio) quanto "impossível" (os mares Mediterrânicos e Negro demarcavam, na concepção limitada deles, o "fim da terra")'. Não foram poucos os que tentaram chegar ao "extremo norte"  sim, à 'cidade dos Deuses' (SALMOS 48:2, 8)  viajando por terra. Gilgamés, como podemos ler hoje em sua Epopeia, aparentemente foi o único que conseguiu. Mas como, por que e o que fez ele de diferente dos demais?

É que ele e seu fiel escudeiro, Enkidu, diferentemente dos que tentariam a façanha no futuro, fizeram barcos para atravessar o Mar Negro. Também, é possível que eles tenham pegado uma temporada de águas mais baixas e calmas no Mar Negro, o que possibilitou a extraordinária travessia. Os que tentaram fazer igual depois, retrocederam. Talvez sentiram o medo de se aventurar nas águas, porque, além de todos os desafios já traspassados, receavam o maior deles: 'cair no fim do mundo', o maior dos medos, que dominava a todos os aventureiros daquele mundo antigo. Todos eles pensavam que, ao se aventurarem no mar aberto, cairiam no precipício pelas 'beiradas da terra plana'. Quando todos daquele mundo ignorante olhavam para os confins das águas, para o longínquo horizonte, parecia ser ali o fim do mundo, e que, além daquele ponto, o que existia era o 'precipício sem fim rumo à infinita queda'. Por isso, mais paralisados desse medo que de qualquer outra coisa, eles nunca conseguiram, e, por isso, decidiram contar seus relatos negativos: que falava da impossibilidade total de se chegar à casa dos Deuses desse modo. Daí, ao observarem que os Deuses, quando vinham ou retornavam de lá, sempre viajavam pelos céus em suas aeronaves (querubins, "ventanias" ou "vendavais", "espíritos" e "nuvens"), todos concluíram que a casa e as terras dela ficavam acima das nuvens e das estrelas (como no mito do monte olimpo e dos seus Deuses Thor, Loki e outros), e que, portanto  isso era do conhecimento de todos à época , deveria ser exatamente por isso que chegar lá por terra* era 'impossível'. 'Apenas indo na direção dos céus se chega à casa dos Deuses no norte', se conformaram. 'O relato de Gilgamés não é verdade, e sim uma fábula', passaram a dizer. 


Daí, homens poderosos  reis, como o de Babilônia, e imperadores, como os da Torre de Babel, entre outros naquele mundo antigo — imaginaram ter achado um 'atalho': construir suas próprias casas para servir de 'escadas'. Visto que eles não tinham aeronaves e nem foram jamais convidados a voar nos querubins dos Deuses, disseram cada um: 'quero ser tão poderoso quanto os Deuses, por isso vou construir uma casa bem alta, uma torre imensa, capaz de atingir as "partes mais remotas do norte", bem acima das "nuvens e das estrelas", e assim chegarei às proximidades da casa dos Deuses Altíssimos, onde estabelecerei meu reinado (meu "trono").'  e este é o sentido do texto de Isaías 14, versículos 13 e 14.

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* É compreensível que a Epopeia de Gilgamés, na parte que relatava a incrível aventura do herói caldeu para chegar à cidade dos Deuses do outro lado do Mar Negro, para muitos daqueles povos não passasse de uma fraude, além de fabuloso, como já era tido. 'Ora, onde já se viu alguém dizer que conseguiu chegar à morada dos Deuses indo por terra e até ter atirado flechas nos robôs (querubins) que monitoravam a casa quando todos sabemos que a casa dos Deuses, sim o "extremo norte", fica acima das nuvens e das estrelas!?' Desdenhavam eles.

Veja também: A GUERRA "NO CÉU" E A "EXPULSÃO" DOS SATÃS DALI. e COMPREENSÃO PERSPICAZ DA BÍBLIA III — Gênesis 11:7.